Obra Poética
- Fernando Pessoa; Autopsicografia; 27 de Novembro de 1930 (1ª publ. in Presença, nº 36. Coimbra: Novembro 1932.)
- * Alberto Caeiro (Mestre de Fernando Pessoa)Também é conhecido como o poeta/filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida. Um exemplo disso está nos seus pensamentos em ''Guardador de Rebanhos''.
"Penso com os olhos e com os ouvidos / E com as mãos e com os pés / E com o nariz e a boca" (poema IX).
O que é "pensar com os olhos"? Pensar com os olhos é aceitar simplesmente o que recebemos dos nossos sentidos, sem sentirmos necessidade de pensar nisso. Pensar com os olhos é apenas ver, sem ter necessidade de pensar. Para Caeiro basta-lhe o que os seus olhos vêem - é assim ser natural, é assim que a Natureza funciona. Apenas os homens insistem em ir para além da Natureza, e Caeiro pretende um regresso ao "ser natural", um regresso à simplicidade, à "realidade imediata"; porque "para além da realidade imediata não há nada"
Diálogo entre Fernando Pessoa e Caeiro - Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa ?
Que é, vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz ?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti. - ....................................................
Fragmentos retirados de Wikipédia e do site: www.umfernandopessoa.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário